Por Aline Bersa, Programação TV Liberal

Divulgação/TV Liberal

O É do Pará foi conhecer mais sobre a capoeira, uma arte brasileira que envolve luta, dança e disciplina. Entre seus fundamentos e princípios, a capoeira é um conjunto cultural, a luta em forma de dança segue a musicalidade de instrumentos africanos de forte poder cultural e ancestral como o atabaque, agogô e o berimbau. As músicas também são típicas.

A história e origem da capoeira está associada à escravidão no Brasil e iniciou-se com uma luta para expressar resistência. Uma combinação de luta e dança, a capoeira era uma forma de os escravizados treinarem suas defesas sem serem impedidos pelos colonizadores. A capoeira era uma expressão artística que ficou proibida até 1930. Hoje, jogar capoeira ou participar de rodas de capoeira é uma prática de esporte promissora, além de ser um exercício importante para a coordenação motora, pois seus movimentos envolvem todo o corpo.

A apresentadora Tainá Aires visitou três projetos de capoeira na região metropolitana de Belém, o grupo Cabanos Capoeira, Movimento Capoeira Mulher e o Projeto Caiçara. Acredita-se que tenha mais de cem grupos de capoeira na capital paraense. A capoeira é um conjunto com vários elementos, é uma potência cultural, artística, musical, ancestral, uma prática de esporte com grande poder de transformação social.

O grupo Cabanos Capoeira, do bairro Cremação, foi idealizado no ano 2000 e tem mais de 20 anos de atuação, é comandado pelo mestre Abel Xerfan. O mestre explicou um pouco sobre a origem da capoeira e também sobre algumas características que fazem parte de sua diversidade. “A capoeira é dança, é luta, é cultura e é história. Ela se confunde com a própria história do nosso Brasil e do nosso Pará, é claro”, disse o mestre.

Mestre Abel Xerfan comanda o projeto Cabanos Capoeira - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“Tem toda uma característica, o abadá tem uma simbologia de matrizes africanas e a gente traz esse branco para a capoeira também. A corda simboliza as nossas graduações, cada nível que você passa na capoeira, você vai subindo essa graduação, geralmente as cores mais escuras, são os mais graduados”, mestre Abel Xerfan.

O auxiliar de cozinha, Fábio Pereira, estava tocando o atabaque e explicou um pouco sobre o instrumento e de como entrou na capoeira. “O atabaque é um instrumento muito importante na roda de capoeira”, disse. Um dos princípios fundamentais da capoeira é o respeito ao ser humano, à dignidade e à diversidade. O motorista Marcos José Araújo, toca berimbau e falou sobre o instrumento: “Cada toque aqui, em jogo, é determinado no ritmo do toque do berimbau, e a musicalidade também”.

Emocionada, a atendente, Keilla Santos, falou sobre sua relação com a capoeira que começou aos 8 anos, quando seu pai a levou pela primeira vez ao projeto: “Eu entrei como cotista junto com meus irmãos, e através dessa cota a capoeira me transformou na mulher que eu sou hoje e eu venho aprendendo,ao lado do meu mestre tenho 24 anos de capoeira, hoje sou instrutora do grupo Cabanos Capoeira”.

O Movimento Capoeira Mulher surgiu da necessidade da representatividade feminina na arte da capoeira. O coletivo de mulheres que trabalha e pensa a capoeira para além da prática do esporte, mas sim como ferramenta de inclusão de todos os gêneros. Várias mulheres que já jogavam capoeira foram convidadas para o intercâmbio de ideias e debates sobre a representatividade feminina na arte da capoeira.

Gisele Figueira, Gi Tsunami, disse que o projeto piloto começou em 2002, a partir de uma roda de mulheres em celebração ao dia 08 de março: “Em 2013 aconteceu o primeiro encontro do Movimento Capoeira Mulher, pensando nessa questão de gênero dessas mulheres que queriam tocar, cantar e que muitas vezes em alguns grupos elas eram delegadas apenas o lugar de bater palma”.

Denilce Borges, Sereia, falou sobre o fato da roda de capoeira ser um reflexo da sociedade, um recorte que mostra as dificuldades encontradas pelas mulheres, principalmente pela representatividade, pois é uma manifestação cultural onde existe um domínio muito grande do gênero masculino. Denise relembra ainda que a primeira mestra de capoeira do Pará foi reconhecida in memoriam, apenas após a sua morte.

Denilce Borges, faz parte do Movimento Capoeira Mulher, coletivo de mulheres que trabalha e pensa capoeira além da prática de esporte, mas como ferramenta de inclusão de todos os gêneros - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“A partir dessas necessidades, daquilo que a gente entende que temos que nos fortalecer para dizer que nós estamos aqui, nós precisamos e necessitamos nos agregarmos enquanto mulheres, mostrar que estamos aqui. Nós fazemos e sabemos fazer capoeira”, Denise Borges.

Alydes Lustosa, Muçurana, disse o quanto a capoeira é importante na sua vida, depois da pandemia ela enfrentou ansiedade e depressão e ao procurar uma atividade física, ela voltou para a capoeira, pois quando era mais nova já tinha participado de projetos. “Eu senti a necessidade de encontrar um esporte que realmente me tocasse, então a capoeira foi esse resgate para mim”, disse.

O programa conheceu também o Projeto Caiçara, uma homenagem ao Mestre Caiçara, Adelmo Sousa Borges, que idealizou e fundou o projeto e está com 64 anos, sendo 53 anos vividos na capoeira. Quem atualmente está à frente do projeto é o Mestre Sorriso, Cristiano Ferreira, está no projeto há mais de 30 anos e junto ao Mestre Caiçara está dando continuidade ao projeto de capoeira.

Mestre Sorriso conta que o objetivo sempre foi tentar desenvolver o Projeto Caiçara em vários bairros de Belém, principalmente focando a periferia. O projeto não só está presente em vários bairros da capital como também já ultrapassou fronteiras do município, do estado e também do país.

Mestre Sorriso conta que o objetivo sempre foi tentar desenvolver o Projeto Caiçara em vários bairros de Belém, principalmente focando a periferia - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“Aonde a gente consegue se encaixar como projeto, a gente sai nos bairros fazendo a divulgação, então fazemos o trabalho de recrutamento e traz a criança pra cá, tenta dar todo o amparo enquanto cultura, enquanto esporte, enquanto lazer para essa criança”, Mestre Sorriso.

Com muito orgulho, Mestre Caiçara fala sobre o projeto e a importância dele junto ao crescimento e evolução como ser humano das crianças. “Minha capoeira é uma capoeira escola, uma capoeira educação. Sem educação ninguém é ninguém. Eu sou bom, mas também tenho que ser um cara sério, porque esse é o meu trabalho”, disse o Mestre Caiçara que ainda completa ressaltando que para participar do projeto é preciso estudar.

Artur Miranda, de 14 anos, falou sobre o quanto o Projeto Caiçara é importante em sua vida. Emocionado, ele chama seu mestre para dizer que a partir dos ensinamentos ele se tornou bicampeão e que pretende seguir a caminhada e crescer muito nas graduações da capoeira. “Falar de capoeira pra mim é falar de vida e de lazer. Capoeira não é só um esporte, é uma arte marcial que significa muito para mim, para minha família também”, disse o aluno.

Otacílio Lopes, o mestrando Voador, revelou que foi através da capoeira que ele se formou em Educação Física, já é pós graduado e também é nutricionista, disse que está sempre procurando estudar mais. “Isso aqui é a minha inspiração, ouvir essas coisas dos alunos mostra que estou contribuindo com a minha comunidade, com a sociedade e seguir adiante levando a capoeira para toda a vida”, destacou.

No quadro “Hora da Broca” aquele lanchinho indispensável depois de uma atividade física. O “Sanduíche de frango”, preparado pela mestranda Monick Lopes que faz parte do projeto de capoeira Caiçara há 26 anos. O sanduíche é simples, prático e nutritivo, o segredo é o tempero do amor. Os detalhes você acompanha no site Receitas.

Reveja o É do Pará sobre a capoeira:

É do Pará: Capoeira - Bloco 1

É do Pará: Capoeira - Bloco 1

É do Pará: Capoeira - Bloco 1

É do Pará: Capoeira - Bloco 2

É do Pará: Capoeira - Bloco 2

É do Pará: Capoeira - Bloco 2

É do Pará: Capoeira - Bloco 3

É do Pará: Capoeira - Bloco 3

É do Pará: Capoeira - Bloco 3

Não perca o programa É do Pará, às 11h45, todo sábado, após o É de Casa, na TV Liberal.

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