Jenipapo e urucum são duas frutas amazônicas com papel essencial na cultura indígena. “Usamos a semente de urucum [para o vermelho]. Ela é bem forte e não sai com muita facilidade. Já o jenipapo, pegamos a semente e ralamos para extrair a cor preta. Além de usar em rituais sagrados, usamos no tingimento de tecidos”, contou Vanda Witoto, líder indígena e consultora convidada pela produção do reality para apresentar a sabedoria dos povos originários.

No episódio Zero, Witoto explicou para o apresentador Fernando Fernandes que os nomes dos grupos são frutas amazônicas importantes para a cultura indígena utilizados nas pinturas corporais. “Usamos a semente de Urucum, ela é bem forte e não sai com muita facilidade. Já o jenipapo, pegamos a semente e ralamos para extrair a cor preta. Além de usar em rituais sagrados, usamos no tingimento de tecidos”.

Árvore nativa da Amazônia e Mata Atlântica, o jenipapeiro tem tanto em seus frutos quanto na sua casca uma substância chamada genipina. De coloração violeta ou azul-escuro, a genipina se torna preta em contato com o ar. No tupi-guarani, jenipapo significa ‘fruta que mancha’. O fruto possui grande importância comercial e pode ser usado de várias maneiras na alimentação, tratamentos de saúde e na cultura indígena em rituais sagrados.

O urucum é um fruto com sementes que têm uma pigmentação vermelha de onde os indígenas extraem um corante natural para pinturas corporais. Com propriedade anti-inflamatória, é conhecido também pela riqueza do seu potencial medicinal. Na culinária, a trituração das sementes dá origem ao tempero conhecido como colorau. O ingrediente também é utilizado como corante em produtos cosméticos, indústrias têxtil e de tintas.

“O cuidado da equipe do No Limite Amazônia em buscar referências na nossa região é uma troca muito legal, porque as pessoas precisam conhecer também o nosso modo de vida e as simbologias da nossa cultura. Isso tudo foi extremamente importante!”, destaca Vanda Witoto.

Em entrevista ao Zappeando, Vanda afirmou que o convite foi uma grande surpresa e abre um espaço importante para a representatividade. 😍🙏 “Eles [a produção do reality] estavam em busca de uma pessoa da região que pudesse apresentar essa Amazônia com propriedade. E nada melhor do que a gente, que vive aqui, para falar sobre a nossa casa tão especial. Deu muito frio na barriga porque é uma grande responsabilidade poder falar dessa Amazônia e sobre os nossos povos indígenas”, destacou.

Vanda Witoto ressaltou a importância e respeito pela cultura e conhecimentos ancestrais na construção do programa. “Eu achei que iria só participar como consultora, mas toda construção nos bastidores foi muito potente também. Isso é um diferencial para o sucesso do programa. A equipe buscou ouvir as pessoas daqui, então tiveram participações de ribeirinhos que construíram as provas e os adereços. É uma oportunidade de todos aprenderem”, comentou Vanda.