O maior órgão do corpo humano recebe pouquíssima atenção quando o assunto é saúde, ainda mais entre os homens. Por esse e outros motivos o câncer de pele é o tipo mais comum registrado no Brasil e no mundo. E com o aumento das temperaturas, a médica dermatologista, Fernanda Moreira Mucheli, faz um alerta aos cuidados necessários para evitar a doença.

"Nós sabemos que a camada de ozônio e a poluição estão cada vez mais deterioradas e, com isso, a incidência de duas radiações grandes e importantes, tanto a Ultravioleta A, quanto a Ultravioleta B, têm aumentado drasticamente.", contou Fernanda.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) também informa que a doença possui cerca de 185 mil novos casos registrados por ano, o que corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Ele ocorre quando as células da pele se multiplicam sem controle e o resultado pode ser identificado de duas formas:

1. Melanoma: mais raro e que pode levar a morte
2. Não-melanoma: o mais frequente e menos grave, mas que pode levar a deformações em partes do corpo

Em ambos os casos, a doença possui altas chances de cura se identificada logo no começo. Por isso é importante realizar o autoexame, procurar na pele manchas e pintas que possuem formatos e colorações diferentes das demais e que não existiam antes no corpo.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reforça alguns hábitos essenciais para evitar a exposição aos raios UV e proteger a pele do envelhecimento precoce e do câncer:

1. Evitar se expor ao sol entre o horário de 10h às 16h (neste período a incidência de raios UV é bem mais forte)
2. Usar acessórios que protejam contra o sol forte, como chapéu, boné, óculos escuros, sombrinhas e roupas com proteção solar
3. Usar filtro solar e reaplicá-lo a cada 3 horas. Pessoas com peles mais claras, que trabalham ao ar livre ou que foram expostas de forma repetitiva ao sol na infância e adolescência, precisam usar um filtro solar com fator de proteção acima de 50. E ele deve ser utilizado mesmo em dias nublados
4. Sempre optar por áreas com sombra

Apesar de pessoas com pele clara, albinas ou com vitiligo terem uma maior propensão de desenvolverem a doença, a dermatologista explica que o uso do protetor solar não é importante só para estes grupos, ele deve ser utilizado por pessoas negras e de peles mais escuras também.

Segundo a médica, a campanha Dezembro Laranja possui uma importância ainda maior dada a atual crise climática que atinge o mundo todo. O ano de 2023 já é o ano mais quente registrado na história da humanidade, precisamente, o mais quente dos últimos 125 mil anos, de acordo com pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.

"O sol é importante para a saúde, mas é preciso ter cuidado com o excesso. Quando seus raios ultravioleta (tipos A e B) atingem a pele, podem alterar suas células e provocar envelhecimento precoce, lesões nos olhos e câncer de pele.", explica cartilha do INCA.

1. Raios Ultravioleta A (UVA): ocorre desde o amanhecer até quando o sol se põe
2. Raios Ultravioleta B (UVB): ocorre entre o período de 10h às 16h

A dermatologista reforçou a importância de proteger as crianças desses raios solares, pois segundo Fernanda, até os 18 anos o ser humano já foi exposto a 80% de todo sol que irá tomar na vida, logo, bolhas e queimaduras nesta fase aumentam as chances do desenvolvimento da doença. Mesmo assim, o cuidado na terceira idade também é de extrema importância, já que a pele também está mais sensível.

1. Lesões com fácil sangramento
2. Pintas com formato assimétrico
3. Manchas que ardem, coçam ou descamam
4. Feridas que não cicatrizam em quatro semanas
5. Pintas com bordas irregulares
6. Dermatoses
7. Pigmentação de várias tonalidades ou de mais de uma cor
8. Mudança rápida na aparência da mancha ou pinta, como formato, cor, forma e espessura

"Procure sempre um dermatologista, porque nós sabemos que a mortalidade cai drasticamente se a gente diagnosticar, fizer o tratamento e a cirurgia com antecedência.", alertou Fernanda.