Responsabilidade Social

Por Samara Balieiro

Apesar de ser uma data sobre celebrar mulheres e suas diversas conquistas ao longo da história, o 8 de março não é somente sobre comemoração, mas também sobre defesa, é um dia para relembrar que a vida das mulheres precisa ser defendida e protegida. Não é à toa que a data foi escolhida em homenagem às trabalhadoras operárias mortas em um incêndio em uma fábrica de Nova Iorque, em 1911, após reivindicarem condições melhores de trabalho.

O Dia Internacional das Mulheres este ano só prova que há pouco a se comemorar. Dados sobre a violência contra as mulheres nos últimos anos mostram um aumento no número de casos em todo o país. O Atlas de Violência 2023 mostrou que 30% das brasileiras sofreram algum tipo de agressão em 2022 e que de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde e registros administrativos nacionais, no mínimo 822 mil casos de estupro seriam registrados por ano, mas apenas 8,2% chegaria ao conhecimento da polícia.

Violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro
Diferentes crimes registrados em 2023
Fonte: Rede de Observatórios

A Luciana Cavallari, Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de Itatiaia, explicou um pouco sobre como as vítimas podem buscar ajuda e como a população pode auxiliar essas mulheres, promovendo assim uma sociedade mais igualitária e segura. Luciana é também uma das idealizadoras do projeto de apoio às mulheres da região, o @grupososmulheres, no Instagram. 📲

Como romper o "ciclo de violência"

Ligue 180: o número oficial de denúncias para o enfrentamento à violência contra a mulher — Foto: Pexels

Para Luciana, romper o conhecido "ciclo de violência" só acontece a partir da vítima. É preciso que a mulher tenha consciência da realidade em que está vivendo, aceitação sobre o problema e, por fim, a vontade para receber ajuda. O rompimento irá se iniciar quando a mulher conseguir reconhecer o padrão de abuso, primeiro ocorre a violência, seja ela qual for, depois o pedido de desculpas do agressor, em seguida a fase "lua de mel", quando a mulher recebe vários presentes do companheiro até novamente os abusos recomeçarem e o ciclo se repetir. 🔄

"A identificação da violência doméstica, pode não ser tão simples. Embora alguns relacionamentos sejam claramente abusivos desde o início, o abuso geralmente começa sutilmente e piora com o tempo.", disse Luciana.

Crianças também são vítimas invisíveis constantes do feminicídio e da violência contra a mulher — Foto: Freepik

Porém, identificar uma situação de abuso não é tão fácil assim, apesar de ser o primeiro passo e o mais importante, muitas mulheres ficam sujeitas a um tipo de controle e violência psicológica que contribui ainda mais com o seu isolamento. Por este motivo, Luciana faz um alerta para os seguintes comportamentos:

  1. Xinga, insulta ou rebaixa você
  2. Impede ou desencoraja você a ir para o trabalho, escola, ou encontrar parentes e amigos
  3. Controla como você gasta seu dinheiro, onde vai, que remédios toma ou o que veste
  4. Age com ciúmes, possessividade e constantemente acusa você de ser infiel
  5. Fica com raiva ou muda drasticamente de temperamento quando faz uso de bebida alcoólica ou drogas
  6. Tenta controlar ou impedir quando você decide se consultar com um profissional de saúde
  7. Faz ameaças, bate, chuta, empurra, dá tapas, sufoca ou machuca você, seus filhos ou seus animais de estimação
  8. Força você a fazer sexo ou a praticar atos sexuais contra a sua vontade
  9. Culpa você pelo comportamento violento ou diz que você merece
  10. Ameaça contar a amigos, familiares, colegas ou membros da comunidade sobre suas questões íntimas e particulares

Como ajudar as vítimas

Apesar do primeiro passo partir da vítima, há diversas formas de ajudar essas mulheres a saírem de situações de abuso e a Luciana explicou que a melhor delas é garantir que a vítima sinta confiança ao conversar com você. Crie um espaço seguro para que ela possa compartilhar o que está vivendo, expondo assim os seus sentimentos, medos e fragilidades. Faça com que essa mulher se sinta acolhida, cuidada, segura e deixe ela dizer exatamente o que precisa.

"A melhor forma de ajudar a vítima é acolher, ouvir sem julgamentos. Deixe a pessoa saber que você será discreto sobre qualquer informação divulgada. Não tente forçar a pessoa a se abrir, deixe a conversa se desenrolar em um ritmo confortável. Se a pessoa decidir falar, ouça a história sem julgar, dar conselhos ou sugerir soluções.", explicou Luciana.

Sinal de ajuda ❌

Sinal foi criado durante a pandemia da Covid-19 para ajudar vítimas de violência doméstica — Foto: Tradução/Canadian Women's Foundation

Existem algumas formas de pedir ajuda, uma delas é marcar um X vermelho na mão e conseguir mostrar para outras pessoas que estão por perto. Outro símbolo que ganhou bastante força, principalmente durante a pandemia da Covid-19, é o demonstrado na imagem acima, basta mostrar a palma da mão, colocar o polegar no meio e fechar os outros dedos transformando em um punho. ✋✊

Caracterizado como "sinal de violência doméstica", este movimento foi criado pela Fundação Canadense de Mulheres (Canadian Women's Foundation) durante a pandemia, quando o isolamento dessas vítimas se tornou ainda mais grave e o acesso à ajuda muito mais restrito.

"A letra X escrita na mão da mulher funciona como um sinal de denúncia de forma silenciosa e discreta de situação de violência. A ideia é de quem perceber esse sinal na mão de uma mulher, chame a polícia para que as medidas necessárias sejam tomadas.", informou Luciana.

Sinal viralizou no Tiktok e ajudou vítimas de violência doméstica e até mesmo de sequestros nos EUA — Foto: Campanha do Canadian Women's Foundation (tradução)

Outra forma de conseguir ajudar é entrando em contato diretamente com a polícia. Ligue para o 180 📞 número de serviço de atendimento público direcionado exclusivamente ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Confira outras formas de conseguir ajuda:

  • Ligar para o 190 - número de emergência geral da polícia
  • Procurar uma delegacia ou DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher)
  • Buscar órgãos de informação, orientação e políticas públicas para as mulheres
  • Falar com Secretaria das Mulheres, ⁠centros de referência para as ⁠mulheres, ⁠Creas ou Cras
  • Ir até uma Defensoria Pública ou Ministério Público
  • Pedir auxílio em centros e casas de atendimento, ONGs e associações em defesa da mulher

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